NÃO NÃO NÃO NÃO! não assim, recuso-me a perdoar tais actos imperdoaveis, e a amar o que agora era desconhecido para mim, e a viver longe, e sentir-te perto e amar-te imenso e odiar-te tanto. A olhar para o mundo com os olhos que aprendi contigo, e a usar o sorriso que me ofereceste. E a pôr um ponto final, não não não! a minha mente ardia tanto que deixei de respirar por instantes recusava-me a aceitar a estranha situação, e a ouvir tais palavras assustadores. Recusava-me a entrar na sala da luz, mesmo sabendo que era necessário. E recusava-me a retirar o vestido de noivado que outrora fora meu, fora nosso, representara amor. Recusava-me a acreditar que o fogo se tinha apagado. Que eu tinha baixado a espada, deixado o fogo invadir-me, perdido a guerra.
As minhas veias já se encontravam fracas graças ás injecções para retirar as dores que havia tomado mas continuava tudo na mesma. Chuva, muita muita chuva. Frio, muito muito frio. Dor, muita muita dor. Uma dependência enorme em te ver comigo, e sentir-te comigo, e cheirar a tua pele, ouvir o teu batimento cardiaco. Tu não merecias ter conseguido entrar dentro da minha corrente sanguínia. Percorrias o meu corpo como um vírus maligno, do qual nenhuma cirugia me faria livre. Causavas dor, muita dor. Magoavas, magoavas muito.
Chegaste até mim sem eu saber porquê, olhaste-me sem eu saber porquê.
Eu amei-te sem saber porquê,
porque o meu corpo deixou-te flutuar em mim, não mostrou nenhuma defesa, nada. deixou-te magoar-me. deixou-te matar tudo o que ainda gostava em mim. deixou-te triturar o meu cérebro e transformar-me no inferno.
eu ando aqui a morrer aos bocados. é uma história interessante de facto, dava um belo livro. mas quem teria coragem para a escrever? eu não.
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