Terça-feira, 17 de Agosto de 2010

Peppermint ▲ [ episódio 2 , parte 1 ]

Tanto pediram e aqui está :b

Espero que gostem!

 

«Cala-te!» gritei eu para o meu despertador, que marcava as sete e meia da manhã.

«Bolas, vai ter de ser -.-».

E levantei-me rapidamente. Tomei um banho rápido e olhei para o meu armário. Segundo dia de aulas, o que haveria eu de vestir? Peguei numas calças de ganga vermelhas, uma sweatshirt cinzenta, tirei os meus novos sapatos pretos da caixa, pendurei ao pescoço a minha medalha, coloquei meia dúzia de pulseiras na mão, coloquei um colar com o símbolo hippie, peguei na mochila e saí.

Tomei um sumo de laranja natural, peguei numas bolachas e saí de casa.

Hoje tinha de ir de autocarro. Não me importava nada, o problema era: mas onde será a paragem? Não tinha a mínima ideia.

Passei pelo Starbucks e comprei um Strawberry & Cream Frappuccino. Eu sou uma Starbucks Lover. Eu gasto cerca de cinquenta euros por mês no Starbucks, a sério! Sorte é que tenho o cartão e são só descontos.

Continuei o meu caminho e até nem foi muito difícil de encontrar a paragem. Estava lá um senhor idoso, uma universitária – nota-se logo, estamos em Coimbra. Estavam lá também umas raparigas mais ou menos da minha idade. Elas estavam com mochilas ás costas e tudo… Sendo o Colégio o único estabelecimento de ensino por onde o autocarro passa, elas deviam ser de lá.

Finalmente, chegou o autocarro. Sete minutos atrasado! Sete é o meu número da sorte… Ou azar.

Mas acho-o um número totalmente singular. É um número diferente. Só o encontramos na tabuada do um, e do sete. E sete são os dias da semana, as cores do arco-íris, o dia do meu aniversário. Acho que foi isso que me fez gostar do sete a inicio. Ser o dia do meu aniversário. Já para não dizer que o sete é o número da perfeição. É um número fantástico, mas muito diferente de mim.

Entrei no autocarro. Estava quase cheio, estava um ambiente abafado… Pelo menos consegui arranjar um lugar. E um lugar duplo. Coloquei lá as minhas coisas e coloquei os phones nos ouvidos.

E foi ai. Antes que o autocarro arrancasse, um rapaz veio a correr. O rapaz. O tal. Ele entrou no autocarro, ainda sem voz e procurou um lugar. Estavam todos ocupados quando eu percebi que o lugar ocupado com a minha mochila era o único vago.

«OH EM GE! Ele vai sentar-se aqui.»

Vi-o a aproximar-se:

- Desculpa, posso sentar-me aqui? – disse aquilo com uma voz tão suave que me comoveu.

- Claro! – disse eu com uma voz super estúpida enquanto retirava a minha mochila do banco.

Virei a cara para a janela, esperando que ele não fosse dizer mais nada.

- Ahm… Não eras tu que ontem estavas sentada nos bancos do Colégio, de manhã?

- Hmn… Sim, era eu.

- Bem me parecia! – disse ele, convencido de que estava certo. – Mas eu nunca te tinha visto lá antes.

- É normal… Eu entrei para o Colégio este ano, ontem foi o meu primeiro dia.

- Oh, ok. Já tens aqui um amigo! Eu chamo-me Tom Scott, e tu?

Um amigo. Tom. Chama-se Tom Scott.

música: second go

publicado por killua às 22:06
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Sexta-feira, 13 de Agosto de 2010

Peppermint ▲ [ episódio 1 , parte 2 ]

Olá, aqui está a 2ª parte do 1º episódio do Peppermint !

Para lerem a 1ª parte , cliquem aqui .

----

- Vocês terão de preencher uma folha de papel com os números de 1 a 28, cortando o 12 e o 25, os números das vossas novas colegas. – ordenou a professora – Depois, terão de escrever, anonimamente, um adjectivo que defina a pessoa a que o número indica.

Começaram todos a fazer o que a professora mandou e ela continuou, dirigindo-se agora apenas para mim e a Carolina, a outra aluna nova.

- Vocês as duas vão juntar-se e falar uma com a outra sobre vocês e depois, Susan, tu apresentas a Carolina e Carolina, tu apresentas a Susan.

Depressa começámos o que nos mandaram. A Carolina parecia uma rapariga bastante simpática, mas daquelas raparigas um pouco convencidas, que usam a beleza para conseguir sempre tudo o que querem.

A aula passou depressa. Mas agora vinha o pior – O intervalo – e depois, Educação Física. Não posso odiar nada mais que intervalos. São tão sem vida, passo a maior parte deles como sempre, com os meus phones nos ouvidos a ouvir música. E depois Educação Física. Eu odeio Educação Física, é uma disciplina muito corporal. É uma disciplina física, como o próprio nome indica. Odeio isso, totalmente.

Passei todos os vinte e cinco minutos do intervalo com a Carolina na fila da reprografia. Só lá estava a fazer-lhe companhia, mas sinceramente, não me acho grande companhia. Porque eu passei todo o intervalo a ouvir música, a cantar para mim. Eu nem ouço o que os outros dizem. Quando tenho os meus phones nos ouvidos, nada importa. Estou noutro Mundo, noutro Planeta, noutra galáxia. E quand0 me tirarem o prazer de ter música, estarão a retirar-me a minha vida, a melhor parte de mim.

Tentei procurar o rapaz que vi de manhã, mas nada.

Acabou o intervalo e fomos para Educação Física. Não me apetece falar sobre isso, é que nem vale a pena.

Eu estive cerca de trinta minutos na fila de almoço mas lembrei-me que não tinha comprado senha de almoço. E pronto, o meu primeiro almoço naquele Colégio não foi. Não comi nada ao almoço, nem me interessava comer.

Eu sentia-me de certa maneira triste, por ter deixado todos os meus colegas da outra escola. Eles eram tudo para mim. E são. Por isso passei a hora de almoço trancada dentro de uma casa de banho e a chorar por eles a ouvir Nobody’s Home – Avril Lavigne, uma das músicas que me faz mais triste. Eu há frente das pessoas tento sempre parecer normal, e que estou bem mas estava cheia de saudades da minha turma antiga. Demasiadas.

Quando tocou para a entrada, lavei a cara e fui de cabeça erguida até á porta da sala. Ia ter Inglês, o que ainda me fez feliz, visto que Inglês, Português e Matemática eram as únicas disciplinas de jeito que eu acho que ensinavam.

Estava enganada. A aula de Inglês foi um fracasso. Primeiro: tinha um professor que nem Inglês sabia falar. Segundo: parecia que ninguém naquela turma sabia dizer uma palavra em Inglês. Terceiro: Se gostei? Não.

Depois tive o intervalo. Decidi ir conhecer o bar… Ou melhor, ir ver se o rapaz lá estava. Nada! Enfim, procurei por todo lado mas não o encontrei. Que pena… Até agora ele era a única coisa… De jeito que tinha visto em todo o dia.

A seguir, tive a aula de Língua Portuguesa. A professora era um pouco… lenta. Mas de todas as aulas do dia, Português e Ciências foram as únicas que ainda se aproveitaram.

Quando deu o toque de saída, todos se levantaram rapidamente e eu fiquei para último. Quando ia a sair pelos portões do Colégio, vejo o rapaz. Ele vinha a dirigir-se para o portão… E mesmo quando ia a passar por mim, uma rapariga puxa-lhe a mão e beija-o, mesmo á minha frente.

Fiquei espantada, não conseguia deixar de olhar. Até que ouvi um carro a buzinar. Eram os meus pais. Deixei de fixá-los e corri até ao carro.

E pronto: este foi o meu primeiro dia neste Colégio. Foi uma desgraça. Esperemos que corra melhor na segunda.

Agora, vou ao Starbucks comprar um Chocolate Frappuccino, tomar um banho, comer alguma coisa e depois cama.

« How could you know
That behind my eyes a sad girl cried
And how could you know
That I hurt so much inside
And how could you know
That I'm not the average girl
I'm carrying the weight of the world »

Até segunda-feira.

música: second go

publicado por killua às 22:52
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Quarta-feira, 11 de Agosto de 2010

Peppermint ▲ [ episódio 1 , parte 1 ]

Como muitos de vocês me pediram para postar, aqui está um capítulo do Peppermint.

Eu não sei se está muito bom, voceês é que decidem.

Isto é só um teste, se gostarem, continuo a postar.

Para já, pedia apenas 15 comentários de pessoas diferentes com uma opinião sincera sobre o episódio.

O Peppermint está dividido por dias.

A ideia era ser uma espécie de ''diário'' de Susan Peppermint.

Começei a escrever como se eu fosse a Susan... Mas a história não é verídica.

Pensei foi em quando começar o novo ano lectivo, continuar a escrever no Peppermint mas tudo veridico.

Que acham? Quero opiniões.

 

Peppermint
« e uma alegria solitária pode tornar-se patética. »

Eram cerca de oito e meia da manhã quando eu entrei na escola com o meu Lemon Frappuccino na mão. Não me lembro se me sentia insegura, foi há imenso tempo. Mas eu tinha medo do que iriam achar de mim, ou melhor, das minhas calças vintage demasiado floridas. Dei o meu primeiro passo dentro dos portões do Colégio São Martinho e sentei-me num dos bancos á entrada. Abri a mochila, procurei o meu horário e vi em que sala ia ter a primeira aula. Sala 4, segundo piso.

Ainda tinha cerca de meia hora por isso deixei-me estar sentada com os meus phones a ouvir GunsN’ Roses. Olhei à minha volta e percebi: havia 12 bancos, todos feitos de madeira perpendiculares uns aos outros. Estavam todos ocupados por grupos de amigos menos o meu – era apenas eu e a música, a minha amiga imaginária. Continuei a olhar e as pessoas pareciam-me todas iguais: calças de ganga, ténis berg e t-shirts da bershka. Pareciam-me todos tão vulgares, nenhum pessoa se destacava, excepto uma.

Era um rapaz, com cerca de um metro e setenta, cabelo escuro e olhos escuros. Tinha uma beleza extraordinária, e vestia-se bem. Continuei a fixar o rapaz, e a ouvir agora Nirvana. O que me apetecia era meter conversa, perguntar-lhe como se chamava, que idade tinha, onde vivia. O que me apetecia era conhecê-lo.

Deu o primeiro toque. Levantei-me, peguei nos meus livros e quando ia a andar até à porta de entrada para o corredor, ele passou por mim. Com o seu ar descontraído e o seu cabelo despenteado. Foram apenas meros segundos mas a mim pareceram-me minutos, horas, dias. Os seus olhos, fixos nos meus, inspiravam-me, faziam-me feliz. Eu não queria mudar de escola, mas talvez ter mudado não tenha sido assim tão má ideia.

Cheguei três minutos atrasada à minha primeira aula. «Que se lixe». Bati à porta, e entrei. Ugh, não me senti confortável. Éramos vinte e oito. A professora de Ciências (uma das disciplinas que acho dispensável) apontou-me um lugar, o único vazio.

Á minha frente estava um rapaz, forte, que depois descobri que se chamava João. Atrás de mim estava uma rapariga, de cabelo preto comprido de nome Ana Luísa. Ao meu lado uma menina baixa chamada Soraia e a Beatriz, uma rapariga conhecida no colégio. Digamos, aquela que normalmente é a mais popular numa turma.

Sentei-me, retirei o meu dossier extra-personalizado por montagens feitas no Photoshop. Abri o separador de ciências, o separador verde alface, um verde super feio com uma imagem da Rihanna colada.

Ficaram todos a fixar-me a remexer entre os meus papéis enquanto a professora falava.

«Ugh, ainda agora cheguei e já não gosto da minha turma» pensei.

música: second go - lights [ música do peppermint ]

publicado por killua às 19:57
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