e tal como crescer lhe parecia aborrecido, viver era nada mais do que um desafio. encarava os problemas não como problemas, mas sim como desafios, aos quais se sentiria mais realizada por resolver sozinha. nada mais do que livros a satisfaziam, gostava de ler palavras, pois era como se estivesse a comer amêndoas ou a beber sumo de maçã. atrás das letras encontrava fantasmas elegantes, que a tratavam como uma princesa. sozinha encontrava-se feliz, mais do que quando os outros a acompanhavam porque eles não a percebiam: não gostava de chocolate nem de ir á praia; o sol assustava-a mais do que as próprias pessoas, tal como o cor-de-rosa a enjoava, apesar de não dizer a ninguém. lia livros de setecentas páginas e gostava de jogar xadrez, mesmo que nem sempre ganhase. falava com os animais porque eles a entendiam. encontrava formas diferentes de se expressar perante eles, vestia máscaras invisíveis perante as formigas e inventava palavras quando falava com as abelhas. boa aluna, adorava números e fórmulas ciêntificas. nem necessitva de estudar, possuia uma inteligência enorme, e natural.
acreditava que o amor era mais potente que a dor. acreditava que a imaginação era mais forte que o conhecimento, que os mitos eram mais potentes que os factos históricos. acreditava que os sonhos tinham mais potência que os factos, que a esperança sempre trinfava a experiência e que o amor era mais forte que a morte.
nada era impossível, aos seus olhos. até ao dia em que começou a ser suicida e deprimida. começou a ficar cansada.
depois de tantos anos sozinha, sentia-se apenas cansada, exausta.
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