Saber que nunca nada voltará a ser como outrora fora. Por muito que continuemos com as nossas conversas, faltará sempre uma espécie de carinho, uma união entre as palavras representativa do quanto ele se importava comigo, pelo meu bem estar, por como eu me sentia, pelo que eu estava a passar. Cada hora que passávamos abraçados, como se aquele momento nunca fosse acabar. E o pior é saber que não há nada que possa fazer para voltar atrás! Fui idiota ao ponto de deitar abaixo o castelo que construí com as palavras dele, como se os seus beijos fossem tijolos e cada minuto de mãos dadas fosse cimento, e todos os momentos de entrega máxima que passámos tivessem tornado o castelo num dos mais bonitos de toda a galáxia. Pois era assim que via o nosso amor. E digo amor, mas quero dizer amizade. Mas não há amizade sem amor, e não me acho capaz de dizer que o que por ele sentia era um enorme amor e dependência. E a dependência é um dos males da vida. A necessidade de uma mensagem de bom dia, de um beijo na testa pela manhã, de uma piada nos momentos infelizes. E as pessoas sem isso em que se consideram viciados começam a tornar-se pessoas medíocres. Primeiro a amarga percepção que tudo deixou de ser belo como nos dias anteriores, depois a terrível e necessária aceitação da situação em que estás. E depois vem o esquecimento completo por parte da outra pessoa, enquanto que cada memória aparece mais nítida na tua própria mente, fazendo-te lembrar, prendendo-te à ideia de que nunca conseguirás deixar para trás tudo aquilo que foram.
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