Tenho esta ideia de que um dia, quando for a altura certa, vais voltar a falar comigo. Isto das duas, uma: ou é extremamente optimista, ou então sou só eu que sou demasiado sonhadora. Não é possível que tenha tudo terminado. O final disto não pode ser assim tão infeliz. Porra, passei os últimos dois anos da minha vida a contorcer-me em dores, a alimentar esperança... E a esperança é paralizante. É que se eu soubesse que tudo tinha terminado, talvez tivesse sido melhor. Se doiria? Sim, mais do que nunca, ia fazer os meus olhos transformarem-se em torneiras, e os meus dias tornarse-iam horrorosos. Mas passaria. Eventualmente, a dor desvaneceria. Agora a esperança? A esperança alimenta-se de nós. Consome-se de tudo que se encontra no nosso coração, fazendo-lo explodir, fazendo-lo murchar, deixando-o vazio. E não há maneira de escapar a este complicado inferno, apenas existe a aceitação que lá estamos presos, e que não há forma alguma de nos libertar-mos. Mas é imenso o amor que sinto por ti. É um amor simples, diferente de tudo o resto da minha vida, é algo que me alegra a alma, apesar de todo o ódio, de todas as inseguranças, de todo o medo, de todo o receio, de todas as lágrimas: o meu amor por ti faz-me sorrir. E talvez seja por isso que me faz assim tanta falta. Porque era bom. Porque fazia o pior dos dias se tornar no melhor, porque era um conforto saber que tinha com quem contar Era uma casa, um abrigo. Sinto saudades das tuas mãos frias. Porque tudo o que eu preciso é de uma mão. Uma mão que não me largasse, não me largasse nunca, nem que os céus estivessem a cair em cima de mim. É de uma mão que eu preciso.
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