Se eu não sou nada mais do que fraca, se eu não sou nada mais que uma figura inconsistente, se eu não existo... Porquê fingir? Que tenho um corpo bonito e que consigo voar á primeira tentativa, que consigo sonhar mais alto que os pássaros e cantar como se não houvesse amanhã? Não, porque não há nada mais do que um cûmulo incandescente, longo, infinito, dentro de mim. No meu peito há um grande buraco negro onde todo o tipo de coisas se escondem. Não consigo tocar o céu, afinal. Não consigo caminhar apreciar a vida, afinal. Não consigo ser nada mais do que nada, afinal. Nem uma migalha esquecida pelo caminho, ou um pedaço de tecido insignificante para a época. Sinto-me isolada e quebrada, de uma maneira irreversível. Sou uma estrada sem saída, um canto escuro, o final terrível. Não consigo a atenção de ninguém, a compreensão de ninguém.. De como é viver no obscuro, não tendo a possibilidade de fazermos algo por nós mesmos. Sinto-me impotente. Apenas.
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