Cruel. E seres. Tu pensas, e repensas, e acabas por não pensar quando de facto te esforças por pensar. Matas-te, apesar de não notares. E quando te escondes, ou pensas estar escondido, és sempre encontrado, e maltratado. E sofres apenas por pensares que será sempre assim. Vai ser, e não te iludas. As coisas não mudam, nunca mudam, e não mudarão. Considera-te perdido, e é verdade. Não totalmente. Não estás perdido, sabes onde estás, mas apenas o odeias. Tu podias ter fugido, mas não te apeteceu. Morreste, perdeste, desististe. Não te importas agora. Agora é álcool, drogas e cigarros. Isso faz-te feliz. E o preto das tuas roupas demostram-te. Já não sais de casa sem lápis preto nos olhos, ou sem o teu caderno de confidências. Onde escreveste todos os desgostos que sofreste. Já não sais, já não vives, já não fazes nada. Já não és ninguém, e o que te derruba ainda mais é saber que ninguém se importa. Ninguém, portanto também não te importas com eles. Queres que as pessoas se afastem de ti, porque não queres mais ninguém sem ser ele. E ele não merece isso. Não merece que te sintas culpada, nem que te sintas só, triste, abandonada. Nem que te isoles de ti mesma.
Mas agora já não tens coração.
Nem alma.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.