Falavas para os teus ombros. Modestamente. Olhavas o vazio à tua volta. Magoava olhar o nada à tua volta, mas mesmo assim continuaste a olhar, fixamente. Saiam da tua boca palavras totalmente sem sentido. Palavras nada banais, palavras bonitas, mas colocadas em frases tao mal costruidas. Ouvia-se apenas a tua alta voz, e o som do nada. Interessante. Ouviam-se sussurros, e verdades. Continuaste durante horas, dias, semanas, meses a repetir sempre as mesmas palavras. Ate as cantavas. Com uma voz tao diferente, tão triste... Tão sem voz. E gesticulavas enquanto caminhavas, por entre caminhos desertos, sem destino, totalmente cinzentos. Que mundo diferente, que sonhos diferentes, que desejos diferentes. Tudo por nada. Forca para nada. Batalhas por nada. So pelo que vemos agora... Um mundo destruido, totalmente mal-tratado. Tiveste sempre razao. Mas nunca ninguem te gozou, nem deixou de prestar atencao. Quando viram o flagelo à sua frente, pediram-te conselhos. Mas tu fugiste, isolaste-te no teu Mundo. Mundo qual se tornou vazio, apenas tu. Tu e o teu ser. Que parece ter vida. Vives agora os teus dias a caminhar, entre o preto e o branco. E todos sabem que tens saudades do amarelo e do verde. E das arvores. E de todos.
De mim tambem, eu sei, nao me mintas.
Acho que cada vez os meus textos ficam mais sem sentido.
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