Terça-feira, 11 de Junho de 2013

4

não sei onde é que está a lógica. não somos amigos e não podias querer menos saber de mim, mas entre nós existe algo em comum. sei como te sentiste. custou vê-la sair de ti, vê-la sair da tua companhia e entrar na dele? aconteceu-me o mesmo. mas isto é sobre ti. tu, com quem eu gostava de me sentar no café, cruzar as pernas e elogiar tudo aquilo a que as pessoas não dão valor. poderiamos ter sido bons amigos. agora já não vamos a tempo, mas podiamos ter sido bons amigos. 

aposto que não sentias grande coisa por ela. mas o teu coração partiu-se um pouco, mesmo assim, quando a viste aproximar-se com a mão dela no ombro dele. tentaste não fazer caso, porque ele é um bom amigo. e ela é uma boa amiga e não a queres e não a queres e não a queres e não a queres e nunca a vais querer. sentaram-se os três, mais uns outros indivíduos, para o que seria uma tarde animada. aposto que para eles foi. nas suas memórias ficou a ideia que te divertiste imensamente. perguntaste-te porque estaria isto a acontecer, não fizeste caso, riste-te e contaste as anedotas que não fazem rir ninguém sem ser quem te queira agradar. porque é que ela já não se ri da mesma maneira espontânea que fazia antes? será que as duas horas que passou na companhia dele a fizeram mudar todo o sentimento que por ele antes tinha? existiu alguma vez alguma coisa? aposto que te riste. aposto que saiste de lá a olhar para o telemóvel e a apetecer-te mandá-lo para o outro lado da sala. é isso que temos em comum. tu não sabes, mas aposto que te sentiste impotente. não havia nada que podias fazer. ele é melhor ele é melhor ele é melhor ele é melhor. mas ele não é melhor. ele tem o seu valor tal como tu tens o teu. 

ela só te queria para o ter a ele, aposto que pensaste. porque eu não sou bom, não sou digno, não mereço uma mulher capaz de virar o mundo por mim. só ele é que merece, eles merecem tudo. quase que me enganei e achei que te ia ter a ti. mas ele existe.

ele é um bom amigo. temos muitas memórias juntos e nunca me sinto mal ao pé dele. é um retardado. faz-me rir com tudo e temos muitas coisas em comum. falamos sobre música e almoçamos na mesma mesa no bar da escola quando calha. é um bom amigo.

ele é um bom amigo mas tu sentes-te mal na mesma. eu sei que me senti.

ela era uma boa amiga. era mesmo boa amiga. deitava-se em minha casa ás vezes e acordava só de manhã. convidava-me para almoçar e partilháva-mos os cêntimos que nos restaram da semana. passeava-mos ás terças, quintas, sextas e durante o fim-de-semana encontravamo-nos, e encontravamos outras pessoas. era muito agradável e riamos que nem loucas. ela era uma boa amiga.

ela era uma boa amiga e ele era um bom amigo, portanto. isso não muda nada. deves ter ficado tão magoado. ainda bem que tiveste a coragem de te afastar. eu sei que não tive. continuei a querê-lo e acho que ainda hoje quero. aposto que ela ainda quer, também. ele é neutro e não quer nada com ninguém. mas ele é teu amigo. e supostamente é meu amigo (mas amigos a sério não fariam o que ele fez). e ele é muito amigo dela.

e peço desculpa e sinto que tenho razão quando digo que se não fosse tão tarde, podiamos ter sido amigos, porque acho que escondes muito por debaixo desse teu ar de livro aberto. deves ter um espírito a morrer por uma oportunidade de gritar. eu tenho bons ouvidos, e se um dia quiseres estou aqui para te ouvir confessar

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publicado por killua às 23:31
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Sábado, 18 de Maio de 2013

3

este texto é o elogio à pessoa eterna. é isso que és para mim. não és um caso perdido, não és uma miúda triste e doente, muito menos uma pequena princesa sem destino. se o dois-três-três não fosse apenas uma piada estúpida, responderia isso quando me perguntam um número que gosto. o impacto que tiveste na minha pessoa foi de maior intensidade do que a que imaginas. é bom pensar no mar e na praia e na areia e em todas aquelas rochas e ondas e raios de sol que ninguém nunca viu. devias sair mais, devias ir ao mar, á praia, á areia. devias pensar menos nas coisas. ia ajudar-te a pensar menos nas coisas se pudesse. a única coisa que fiz de bem aqui na terra foi ajudar-te e abraçar-te, por muito que tenham sido poucas vezes. gostava que estivesses mais perto. mas estás ao pé do mar e da praia e da areia! e um dia eu também vou apreciar esse espectáculo que é a natureza contigo. e nesse momento, não vai importar que os nossos pulsos estejam arco-íris e os nossos pulmões tão negros que não haverá volta a dar. vai ser tão bonito, que se tudo acabasse ali, naquele instante, teria tudo valido a pena. 

porque fizeste coisas boas nesta vida. e quando pensares que não, volta a ler isto e lembra-te que, apesar de não ser muito importante, me ajudaste a mim, me mudaste a mim. tudo que fizeste teve relevância. és um caos, estás um caos, eu sei que és, eu sei que estás. mas isso não implica que eu não saibas mais viver, e não devas mais viver. os desastres são das coisas mais bonitas. é tudo uma complicação, mas pelo menos é complicado á tua maneira.

e vais sobreviver e vais rir e as coisas vão ficar melhores e voltar a piorar mas daqui a cinco anos e não te vais lembrar daquela vez em que pensaste que seria o fim. vais sorrir e sentir-te ainda mais forte. tu sobreviveste até agora, depois de toda a merda. tu vais sobreviver. eu acredito.


publicado por killua às 21:51
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2

trocas as mãos pelos pés, não sabes bem por onde andas e tens uma certa dificuldade em percebes porque é que aqui estás e qual é o teu papel. eu percebo isso. segues ''a lei do menor esforço'', e só fazes o que és obrigado a fazer. não vais para além disso, e na tua cabecinha nem havia razão para o fazer, seja lá o que for. és incompreendido pelas pessoas, mas parcialmente, na minha opinião, isso acontece porque nunca ninguém te ouvi falar. quando te conheci achei-te piada, havia uma certa ironia na tua voz que me atraía, cada vez mais. achei isso apenas o começo, e que por detrás dessa tua faceta hilariante vivia uma pessoa que mal podia esperar para ter alguém com quem partilhar ideias, opinar. não pude ser isso para ti infelizmente, e acho que também ainda não encontraste ninguém para ocupar essa posição. considero-te na verdade uma pessoa um pouco perdida, mas sem qualquer noção do seu verdadeiro valor. tens noção das coisas. mas não corres atrás delas. tal como eu não corri atrás de ti, e talvez seja um disparate perder esta oportunidade de me aproximar, mas não vou correr atrás de ti. 

não fazes ideia de como na verdade o teu sorriso é contagioso. tens uma posição elegante e é na verdade confortável olhar para ti. olhas para o telemóvel na esperança de encontrar uma mensagem da rapariga dos teus sonhos. contradizendo o que disse antes, tu não tens mesmo noção. tudo em ti é simétrico, a tua magreza acentua-se bem e não te imaginava de outra maneira, não gostava de ti de outra maneira. acorda para a vida, meu. todos te querem bem, todas as raparigas que nem conheces te querem bem. eu quero-te bem. não me vou aproximar mais porque não seria justo fazer isso a mim mesma. só queria ajudar. e acredita que mereces ajuda. vais longe. se pudesse ia contigo.

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publicado por killua às 20:12
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Quinta-feira, 16 de Maio de 2013

1, manuela

gostava mesmo de poder ajudar. e acredita que todos os dias vou dormir com o pensamento de que amanhã vou ajudar, não só a ti, mas a todos. porque ser parte da sociedade é mesmo isso, ajudar. mas depois acordo no dia a seguir e é uma correria, nem me dão tempo para pensar nas coisas como deve ser. sei que odeio as coisas mas não tenho tempo para me mentalizar do porquê, então saio de casa estúpida, com o ''odeio-vos'' na ponta da língua. vejo certas pessoas no autocarro e finjo que me apetecia mesmo vê-los, mas não. porque são as primeiras pessoas que vejo, e as que não posso de maneira nenhuma evitar, por muito que goste deles. chego á escola e são todos os dias a mesma merda. raramente há coisas novas. o tiago cardoso é muito querido e em geral a turma é nice, mas é sempre a mesma merda, nunca sabem inovar um bocadinho. os intervalos são sempre a mesma merda! não consigo ajudar, não consigo ajudar porque a essa hora ainda nem a mim mesma eu consegui desencadear, ainda não consegui ''estar bem''. é tudo uma farsa. acho-me muito linda em casa ás vezes até ver uma pessoa, seja ela qual for. e fico fria e até finjo que estou muito lindinha e feliz, mas não. vê-lo é uma merda, ver todas as opotunidades que não vou ter com ele é merda. e o mesmo com eles todos, por muito que diga que isso não me magoa minimamente. é ridículo o quão eu queria ajudar-te, mas eu não consigo, porque nem eu consigo ou quero ser ajudada, só quero que me deixem em paz. mas que me deixem em paz contigo, com o carlos ás vezes, com a diana ás vezes, com ele de vez em quando, com as pessoas ás vezes. não consigo fazer nada a 100%. desculpa.


publicado por killua às 21:55
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